O que é um CGM (Monitor Contínuo de Glicose)
As tecnologias para monitorar a glicemia estão evoluindo muito rápido. Já faz um tempo que a medição da glicose é feita com glicosímetros, mas hoje em dia é muito comum a gente usar os sensores de monitorização contínua, que também é chamado de CGM, na sigla em inglês. Quero te explicar porque os CGMs vão mudar a vida do diabético e vou fazer uma comparação com os glicosímetros tradicionais. Meu nome é Bruno, tenho diabetes tipo 1 e seja bem vindo ao dicionário do diabético, um lugar para a gente aprender de forma rápida e objetiva sobre esse mundo gigantesco da diabetes.
Como eu já havia mencionado, CGM significa: Monitor contínuo de glicose. Em outras palavras, é um sensor que fica acoplado na sua pele, normalmente no braço ou barriga, e é responsável por medir a glicose o tempo inteiro. Diferentemente de um glicosímetro tradicional, onde você fura a ponta do dedo e mede a glicemia apenas naquele instante, o CGM permite que você veja o comportamento da glicemia até nos momentos mais difíceis, como de madrugada e também logo após a refeição, para ver se o pico de glicose foi muito alto.
Saber o que está acontecendo com sua glicose a todo instante é importante demais para entender como seu corpo funciona e para te ajudar a tomar as melhores decisões no tratamento. Essa é a principal vantagem do CGM: é uma ferramenta que vai te indicar a tendência da sua glicemia. Por exemplo, você vai observar que a glicemia está subindo ou caindo muito rápido, então as crises de hipoglicemia e também as hiperglicemias vão diminuir, pois você vai conseguir antecipar os sintomas. Assim o controle da glicemia costuma melhorar bastante, além de você precisar furar menos o seu dedo.
Os CGMs são com certeza mais indicados para diabéticos tipo 1 e diabéticos tipo 2 insulino dependentes, que necessitam aplicar insulina várias vezes no dia. Mas se você tem diabetes tipo 2, pode ser interessante usar de vez em quando, justamente para ver se a glicemia está em ordem durante a madrugada.
Até agora só falei de coisa boa, mas quais são as desvantagens desses sensores? Será que eles são tão precisos quanto os exames de sangue e o glicosímetro? Quando você usa o glicosímetro, você está medindo a glicemia capilar, pegando um pouco de sangue da ponta do dedo. É uma das formas mais precisas de saber a concentração de glicose que temos no nosso corpo, já que estamos medindo diretamente do sangue.
Já os sensores de glicemia contínua, que ficam acoplados na pele, eles medem a concentração de glicose do fluido intersticial, um líquido que fica ali entre as células da nossa pele. Como não estamos medindo diretamente pelo sangue, normalmente se observa um erro nos valores de glicemia, que pode ser entre 10 e 50 pontos de glicemia. Vai depender da precisão do sensor que você usa, da calibração que foi feita e também de outras condições externas. O erro costuma ser maior quando a glicemia está caindo ou subindo muito rapidamente, então o líquido intersticial fica atrasado em relação ao sangue, mostrando valores errados temporariamente. Por conta desses erros na medição, ainda é recomendado usar o glicosímetro tradicional algumas vezes durante o dia, principalmente se a glicemia estiver muito alta ou baixa. Assim você pode confirmar o valor da glicose nesses momentos mais críticos.
A pergunta que fica é: vale a pena gastar dinheiro em um equipamento mais caro e que ainda tem chance de dar esses erros? A resposta é que depende. Se você aplica insulina diariamente, minha resposta é que sim, vale a pena, facilita demais o controle da glicemia. Mesmo que tenha erros nos valores de vez em quando, o mais importante é ver a tendência da glicemia, saber mais ou menos o que está acontecendo com ela. Essa exatidão não é relevante o tempo todo. Além disso, a cada dia que passa esses sensores estão ficando cada vez mais precisos e também há formas de diminuir o erro calibrando os sensores.
Aqui no Brasil, o modelo mais famoso e acessível é o Freestyle Libre. O sensor vai monitorar a glicemia continuamente por 14 dias e basta que você passe seu celular ou um aparelho por cima do sensor para ler o valor da glicemia. Existe também o Enlite - Guardian, que dura 7 dias na sua pele. Esse sensor pode conectar diretamente com a bomba de insulina e também manda os dados automaticamente para o celular por bluetooth.
Caso prefira, veja a seguir um vídeo sobre esse assunto.
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